O exercício físico em alta intensidade pode provocar sobrecarga anatômica e fisiológica no sistema musculoesquelético e cardiovascular. A injúria e a obstrução vascular devem fazer parte do diagnóstico diferencial na presença de queixa de dor, inchaço, disfunção motora e queda do rendimento no atleta.
A falta do diagnóstico está relacionada ao baixo conhecimento específico sobre as principais doenças vasculares que acometem o atleta, sobretudo os de alta performance, e pela semelhança existente, entre as queixas vasculares, com aquelas presentes nas lesões do sistema musculoesquelético, que são mais comuns nesse grupo de pacientes.
É importante o reconhecimento dos principais sinais e sintomas, e das manobras que devem ser realizadas ao exame físico, e durante os exames complementares, que simulam a posição e o esforço provocativo da obstrução vascular, e que podem passar despercebidas nos estágios iniciais.
Inicialmente, na maioria dos casos, a compressão e a obstrução, ocorrem apenas durante a realização do exercício físico, cujos sintomas podem estar relacionados a queda de rendimento, cansaço e maior tempo necessário para a recuperação física. Com o passar do tempo, pode ocorrer lesão definitiva, progressão da obstrução, trombose e até mesmo embolização e isquemia.
Uma outra modalidade de injúria vascular, que apesar de rara, quem vêm aumentando de prevalência, é a dissecção aguda da aorta e das artérias cervicais, que se não diagnosticadas e tratadas precocemente, podem trazer consequências graves, acidente vascular cerebral e até mesmo a morte.
A falta do diagnóstico e tratamento precoce pode levar a perda de rendimento e consequências devastadoras e até mesmo finalizar a carreira do atleta.